Quelimane, 9 de outubro de 2024 — Mais de 17 milhões de moçambicanos estão hoje a participar nas eleições gerais para escolher o Presidente da República, deputados da Assembleia da República, governadores provinciais e membros das assembleias provinciais. O Consórcio Eleitoral Mais Integridade, que acompanha o processo eleitoral com 1.900 observadores distribuídos por mais de 1.500 locais de votação em 161 distritos, divulgou um comunicado com as suas primeiras observações.
Segundo o consórcio, cerca de 90% das mesas de votação observadas abriram e iniciaram a votação dentro do horário previsto. Contudo, houve atrasos em várias mesas, especialmente na cidade de Maputo e nos distritos de Gilé e Alto Ligonha, na Zambézia, devido à falta de material de votação. Em alguns desses locais, eleitores começaram a abandonar as mesas antes da chegada dos boletins.
A afluência às urnas foi elevada nas primeiras horas da manhã, com uma média de 150 a 200 eleitores por fila em 95% das mesas observadas. O Consórcio Mais Integridade notou que, embora o ambiente geral tenha sido de calma, houve agitação em cerca de 12% das mesas, devido à desorganização das filas e à morosidade no processamento dos eleitores. Esta lentidão foi agravada pela necessidade de explicar o novo formato dos boletins de voto, que este ano apresentam candidatos na frente e no verso, obrigando a dobrá-los três vezes em vez das habituais duas.
Em termos de fiscalização, os observadores e delegados de candidatura tiveram, em geral, permissão para acompanhar o processo de abertura das mesas. Contudo, houve incidentes em algumas localidades, como no distrito da Maxixe, em Inhambane, onde observadores do Mais Integridade foram impedidos de monitorar a abertura sem explicações. Em Gaza, delegados do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) foram barrados por falta de credenciais, e na Zambézia, delegados da Renamo foram impedidos de monitorar o início da votação devido à alegada presença nas mesas erradas.
Outro ponto de tensão relactado foi a circulação de informação nas redes sociais sobre a variação da posição do partido Podemos nos boletins de voto, o que gerou confusão entre os eleitores. O Mais Integridade esclareceu que a mudança é legal e resulta do facto de que nem todos os partidos concorrem em todas as províncias, o que pode afectar a ordem dos concorrentes nos boletins.