Quelimane, 9 de outubro de 2024 (Chuabo FM) — Manuel de Araújo, candidato a governador da Zambézia pela RENAMO, e Bruno Dramusse, candidato ao mesmo cargo pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), denunciaram diversas irregularidades no processo de votação na província da Zambézia.
Em entrevista telefónica a Rádio Chuabo FM, Manuel de Araújo expressou inicialmente satisfação com o processo de votação nas primeiras horas na Escola Primária Completa de Coalane. No entanto, o candidato mostrou-se indignado com a chegada tardia de materiais de votação em algumas assembleias, mencionando especificamente a Escola Superior de Ciências Marinhas e Oceânicas e o bairro de Inhamgome. Araújo também sublinhou a situação no distrito de Mopeia, onde os delegados de candidatura da RENAMO não foram credenciados até o momento da sua denúncia.
O candidato da RENAMO manifestou ainda preocupação com os distritos de Gilé, Maganja da Costa e Morrumbala, onde, segundo ele, os materiais de votação ainda não tinham chegado, comprometendo o início atempado do processo eleitoral nessas áreas.
Por sua vez, Bruno Dramusse, candidato a governador pela Zambézia pelo MDM, também expôs as suas preocupações via telefone falando a este canal de Rádio. Dramusse acusou a Polícia da República de Moçambique (PRM) de violar as regras eleitorais, mantendo-se a menos de 300 metros das mesas de voto, o que, segundo ele, resultou em intimidação dos eleitores. O candidato acrescentou que muitos dos agentes destacados para a supervisão do processo eleitoral não têm vínculo formal com o Estado, o que os tornaria vulneráveis a pressões políticas para cumprir ordens do governo.
Dramusse foi ainda mais longe ao acusar uma secretária da FRELIMO, cujo nome não revelou, de recolher cartões de eleitores e organizar as filas, interferindo de maneira ilegal no processo. “As eleições não estão a ser livres, justas e nem transparentes”, afirmou Dramusse, criticando duramente o andamento das eleições.